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O QUE TENHO FEITO EM LOJA, SEGUNDO OS PRINCÍPIOS BÁSICOS DA MAÇONARIA E DOS LANDMARKS

PEÇA DE ARQUITETURA O QUE TENHO FEITO EM LOJA, SEGUNDO OS PRINCÍPIOS BÁSICOS DA MAÇONARIA E DOS LANDMARKS  O QUE SÃO LANDMARKS O termo “Landmark” é conhecido por todos os irmãos, mas sua definição nem sempre é tão clara. Além disso, esses Landmarks estão muitas vezes ligados às Antigas Obrigações. A palavra inglesa Landmark significa marco de limite, marco, sinal, ou ainda, em sentido figurado, ponto de referência. O termo foi inspirado no Antigo Testamento, onde consta com o significado de limite ou marco sagrado e inviolável. Na mesma linha de raciocínio, “ land ” é terra; e “ mark ” é marca – donde Landmark deve ser entendido como “ponto de referência”, fronteira delimitativa de até onde se pode chegar, recomendação, conselho, aviso e ADVERTÊNCIA. O preceito é bíblico e está em Provérbios 22:28 “ nolumus leges mutari ”: não removas os antigos limites que os teus pais fixaram. É neste sentido que as Grandes Lojas no Brasil, a COMAB (Grandes Orientes Estaduais Independentes) e o ...

OS CINCO SENTIDOS E A INICIAÇÃO MAÇONICA

OS CINCO SENTIDOS E A INICIAÇÃO MAÇONICA


Cinco são os dedos de nossa mão

Com cinco pães Jesus alimentou os famintos

E com o mesmo cinco

Ferimos com chagas o corpo de Cristo

 

Tato, olfato, visão, audição e paladar

Esses são os cinco sentidos

Com eles vemos e sentimos o mundo

E momentos únicos são percebidos

 

Como em nossa iniciação

Partindo pela câmera das reflexões

Onde a audição era podada

Para que ficasse em meditação

 

A penúria era quebrada por uma lâmpada

E a visão contemplava um aspecto aterrador

Um crânio, uma ampulheta e um galo

Junto de frases que me fazem pensar “quem eu sou?”

 

De repente meus olhos foram completamento cobertos

E com uma venda a reflexão foi incitada

Um irmão me guiou até a porta do templo

Que profanamente bati de forma descompassada

 

E logo meus sentidos me permitiram ouvir uma resposta

Ao sentir no peito repousar a ponta de uma espada

Era o irmão cobridor que empunhava a arma

Questionando por que forçava a entrada

  

Após o irmão primeiro experto me franquear o ingresso

Meu nome, pátria, endereço e profissão ouvi pronunciar

Após demonstrar ser livre e de bons costumes

Frente ao irmão segundo vigilante vim a ajoelhar

 

No mais profundo silêncio

Rumo ao altar eu fui acompanhado

E beber da taça sagrada

Então eu fui convidado

 

Meu paladar sentiu um sabor doce e suave

Que simbolizava os prazeres da vida que devemos gozar

Mas de repente o doce se fez amargo...

Me lembrando a moderação que devo exercitar

 

Provei da boa e da má sorte

Em instantes o remédio em veneno se transformou

Assim são as virtudes transformadas em vício

No homem que a paixão dominou

 

Em um banco me sentei

Convidado a refletir

Sobre os motivos que levaram

A de fato estar ali

 

A uma primeira viagem o irmão experto me acompanhou

Percorri um caminho difícil, cheio de obstáculos por diante

Alterando-se o silêncio e o rumor do trovão

Que só cessou no altar do segundo vigilante

  

Quando achei que a primeira viagem tinha findado

E que em segurança acreditava estar

Bruscamente sinto o malhete em meu peito

E “Quem vem lá” escuto perguntar

 

É um candidato à Arte Real honrosamente recomendado

Por ser livre e com bons costumes proceder

É por essa loja foi regularmente proposto e aprovado

Assim ouvi o irmão primeiro experto responder

 

“Passai, homem livre e de boa reputação!”

Ouvi o irmão vigilante minha passagem autorizar

Mas para uma segunda viagem

Com o irmão terrível teria que passar

 

Desta vez um terreno mais plano meus pés tatearam

Mas o tinir das espadas permeavam minha audição

Foi quando senti novamente o malhete em meu peito

Era o irmão primeiro vigilante questionando minha reputação

 

Após ser justificado pelo irmão primeiro esperto

O irmão me permitiu passar por diante

E minhas mãos no mar de bronze

Senti serem limpas naquele instante

 

Mas eis que uma terceira viagem

Meus sentidos tiveram que experimentar

Desta vez sem obstáculos ou ruídos

Até o malhete pela terceira vez em meu peito recostar

 

Era no altar do venerável mestre

Que dessa vez eu me encontrava

E foi por três vezes que na prova do fogo

Eu tive minhas mãos purificadas

 

Então a desventura das viagens terminou

Com um juramento em favor da aceitação

Ajoelhado diante do livro da lei

Com o compasso apontado para o meu coração

 

Jurei sincera e solenemente

De livre e espontânea intenção

Guardar os augustos mistérios

Dessa sublime ordem com devoção

 

E após o terceiro golpe de malhete

A cegueira chegou ao fim

Minha visão recebeu a luz

E vi toda a ordem diante de mim

 

A minha visão foi dada à luz material e espiritual

Com meu olfato o cheiro das flores senti por um instante

A minha audição o hino do triunfo

E a batida na lâmina da espada flamejante

 

Ao meu tato à investidura do avental de aprendiz

As luvas que simbolizam a pureza

A transmissão dos toques, gestões e palavras

E três abraços de sabedoria, força e beleza

 

Por fim no meu paladar ficou o sabor do ágape

Não só do alimento que é oferecido

Mas pelo gosto de me tornar um novo homem, um maçom!

E pelos meus irmãos com tal ser reconhecido

 

Belo Horizonte – MG, 19 de setembro de 2023

A R L S Cinco de Junho II Nº 378

IR   A M Max Leandro Campos. CIM - 25519


Referência bibliográfica:

Ritual: Rito Brasileiro / Grande Oriente do Brasil – São Paulo, 2009.

Camino, Rizzardo da, 1918 – Simbolismo do Primeiro Grau: Aprendiz – 9. Ed. – São Paulo: Madras, 2022.

D’ Elia Junior, Raymundo. Maçonaria : 100 Instruções de Aprendiz – São Paulo : Madras, 2019.

Blanc, Claudio. Maçonaria de A a Z – Barueri, SP : Camelot, 2022.

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