PEÇA DE ARQUITETURA O QUE TENHO FEITO EM LOJA, SEGUNDO OS PRINCÍPIOS BÁSICOS DA MAÇONARIA E DOS LANDMARKS O QUE SÃO LANDMARKS O termo “Landmark” é conhecido por todos os irmãos, mas sua definição nem sempre é tão clara. Além disso, esses Landmarks estão muitas vezes ligados às Antigas Obrigações. A palavra inglesa Landmark significa marco de limite, marco, sinal, ou ainda, em sentido figurado, ponto de referência. O termo foi inspirado no Antigo Testamento, onde consta com o significado de limite ou marco sagrado e inviolável. Na mesma linha de raciocínio, “ land ” é terra; e “ mark ” é marca – donde Landmark deve ser entendido como “ponto de referência”, fronteira delimitativa de até onde se pode chegar, recomendação, conselho, aviso e ADVERTÊNCIA. O preceito é bíblico e está em Provérbios 22:28 “ nolumus leges mutari ”: não removas os antigos limites que os teus pais fixaram. É neste sentido que as Grandes Lojas no Brasil, a COMAB (Grandes Orientes Estaduais Independentes) e o ...
A ESTRELA FLAMEJANTE
Preliminarmente, devo dizer que
a síntese desta peça de arquitetura é analisar as várias significações que os
bons exegetas atribuem ao pentagrama.
Como se sabe, e nunca é demais
repetir, toda a ritualística do Segundo Grau gira em torno da Letra G, da
Estrela Flamejante e do Número 5.
Os rituais das diversas
obediências ensinam que a Estrela Flamejante é o símbolo do Companheiro por
que:
“O Companheiro é chamado a
tornar-se um foco ardente, uma fonte de luz e calor. A generosidade de seus
sentimentos deve incitá-lo ao devotamento sem reservas, mas com o discernimento
de uma inteligência verdadeiramente esclarecida, porque está aberta a todas as
compreensões”.
Note-se que falta ao vocábulo
devotamento à complementação. Devotamento a que?
Pensamos que o Companheiro deve
devotar-se, sem reservas, ao estudo ao seu aprimoramento filosófico e
espiritual, mas, sobretudo aos seus semelhantes. Isto porque o Segundo Grau é,
antes de qualquer coisa, social.
Daí por que é necessário que ele
saiba ser compassivo e tolerante com o próximo sem, todavia, abrir mão de
certos princípios morais e éticos.
Outra coisa que se lê nos
rituais é a explicação das razões por que a Estrela Flamejante se constitui de
cinco pontas:
Para figurar os quatro membros
do homem e a cabeça que os governa.
Esta como centro das faculdades
intelectuais domina o quaternário dos elementos ou da matéria. Assim, a Estrela
Flamejante é mais particularmente emblema do poder da vontade.
Lavagnini ensina que:
Em um primeiro lugar podemos ver
na Estrela de Cinco Pontas a imagem de um corpo de homem, com as pernas e os
braços abertos, em correspondência com suas quatro pontas laterais e
inferiores, mantendo a ponta superior relacionada à cabeça.
É uma postura de equilibro ativo
e de capacidade expressiva, por meio do qual o homem se ache no centro de sua
vida, e com sua atividade, irradia de si mesmo sua própria luz interior,
exatamente como se faz a estrela no espaço”.
Essa explicação de Lavagnini é,
normalmente, a que se vê em quase todos os autores que procuram explicar o
Pentagrama, que também é chamado de Estrela Hominal.
É pena que na maioria das vezes
os escritores maçônicos se prendam, não sabemos por que razões, a uma lógica
muito convencional de pesquisa e de busca, praticando os mesmos métodos,
algumas vezes nada ortodoxos, que norteiam a busca e a pesquisa das ciências
profanas.
Pensamos que o buscador, o
pesquisador, o estudioso maçom não pode e não deve ficar preso a determinadas
metodologias que encarceram o pensamento e levam, não poucas vezes, a
invencionices que tentam apresentar com selo de verdade.
A maçonaria nos dá plena
liberdade de exegese. Não temos necessidade de inventar. Necessário é que nos
libertemos de certos valores só aplicáveis às ciências profanas.
Enquanto que na maioria dos
ritos é adotada a Estrela de Cinco Pontas, no Rito de York está presente a
Estrela de Seis Pontas ou Hexagonal.
Encontramos muito pouca coisa
que nos fornecesse, com exatidão, o verdadeiro significado da estrela de seis
pontas que nos pudessem auxiliar na justa interpretação de seu significado. O
próprio Varoli, um dos maiores pesquisadores da Ordem no Brasil, disse quase
nada a respeito.
Voltando à Estrela de Cinco
Pontas, devemos dizer que existe ainda outra interpretação; aquela que faz alusão
aos cinco sentidos do homem.
Varoli escreve:
“As cinco pontas da estrela
ainda lembram os cinco sentidos que estabelecem a comunicação da alma com o
mundo material – tato, audição, visão, olfato, paladar, dos quais, para os
maçons, três servem à comunicação fraternal.
Pois é pelo tato que se conhecem
na luz e nas trevas pelos toques.
Pela audição se percebe as
palavras e as baterias; e pela visão se notam os sinais. Mas não há como
esquecer que pelo gosto se conhecem as bebidas doces e amargas, bem como o sal,
o pão e o vinho.
Finalmente, pelo olfato se
percebem a fragrância das flores e os aromas do altar dos perfumes.
Ao estabelecer uma relação das
pontas da estrela com os sentidos humanos, preferimos concluir que a Estrela
Flamejante incorpora duas interpretações: a primeira sobre o microcosmo físico
que se prende ao domínio da forma, e a segunda, ao microcosmo psíquico que se
relaciona com o domínio da consciência.
Jules Boucher, não aceita essa
relação das pontas da Estrela Flamejante com os cinco sentidos, diz ele:
“Quando relacionaram os cinco
sentidos às suas cinco pontas, a pobre estrela não teve mais nenhum sentido!!!”
Não podemos esquecer-nos que,
acima de tudo, a Estrela Flamejante representa o homem ideal, que deve ser a
grande aspiração do Companheiro Maçom.
Não olvidemos nunca que estrela
é luz e a luz é o grande símbolo da verdade e do saber.
O Sol, a Lua, a Estrela
Flamejante tem, na Maçonaria, uma significação bem diferente daquela que lhes é
atribuída no mundo profano. Se a luz material nos transfere informações através
de nossa visão, sobre o que existe ao nosso redor, as luzes que cultuamos na
maçonaria nos proporcionam outra visão, muito mais abrangente e de muito maior
valor para a nossa vida, pois que elas iluminam a estrada de nossa existência,
no campo mental e espiritual.
A Estrela Hominal serve de
alerta ao Companheiro Maçom sobre a sua responsabilidade de auto-melhoramento,
não se deixando dominar por paixão alguma, evitando todo e qualquer excesso.
Quando a maçonaria aconselha aos
seus filhos de – ouvir sempre, falar pouco e trabalhar bem, esta apontando sua
ética, e, neste ponto, aproxima-se e muito dos ensinamentos dos filósofos
estóicos, que cultivavam uma filosofia de cunho essencialmente moral, muito
próxima daquela ensinada por Sócrates.
Os estóicos se afastam dos
ensinamentos de Platão e de Aristóteles no que diz respeito ao conhecimento
humano, sobretudo em relação os modos de conceber a verdade.
Para os dois grandes filósofos
gregos a verdade consiste na total correspondência entre a representação mental
e a situação real das coisas; para Zenão, o pai do estoicismo, a verdade
consiste na total compreensão do objeto que a mente é obrigado a analisar.
O estóico visava, antes de tudo,
o domínio sobre si mesmo. Isto lembra ao Companheiro Maçom que ele tem um
compromisso do qual não se pode afastar e que assumiu a partir do momento em
que, como Aprendiz, iniciou seu próprio desbaste de defeitos pessoais, o que
exige domínio sobre si mesmo. Neste ponto, ele há de ser estóico.
Logo é preciso que procure distinguir
sempre as diferenças que existem entre – paixão, emoção e sentimento. A paixão
é inadmissível no maçom; é perigosa e deve ser afastada sempre porque é
irracional e conduz perigosamente ao fanatismo.
Isto significa que tudo se
resume numa única palavra: virtude.
O maçom há de ser virtuoso. Mas o que é virtude? Virtude é uma disposição íntima pela qual a alma se põe em harmonia consigo mesma. Para os estóicos a prática da virtude consiste na anulação das paixões e na superação do próprio ego.
O maçom há de ser virtuoso. Mas o que é virtude? Virtude é uma disposição íntima pela qual a alma se põe em harmonia consigo mesma. Para os estóicos a prática da virtude consiste na anulação das paixões e na superação do próprio ego.
Se a ética dá ao Companheiro uma
ideia de força íntima é porque a razão se apóia no sentimento e não na paixão
ou na emoção.
Quando a maçonaria quer que a
pedra bruta se transforme em pedra cúbica, ela está lembrando ao iniciado que
ele deve manter uma luta progressiva e sem tréguas pelo domínio de si mesmo,
colocando o próprio ego sobre o mais absoluto controle.
Que o Companheiro ao fitar a
Estrela Hominal se lembre que quando conseguirmos o controle total sobre nós
mesmos tornamo-nos inteiramente livres e responsáveis e estamos realmente
preparados para o exercício da arte real. Isto é difícil de ser alcançado, daí
a necessidade de que a luta seja diuturna e sem esmorecimentos.
Leibniz, filósofo que viveu no
Século XVIII, já dizia: “Só Deus é perfeitamente livre; as criaturas o serão,
mais ou menos, na medida em que se coloque acima das paixões”.
O Pentagrama pode comportar,
simbolicamente, várias interpretações, todavia, e antes de mais nada, ele
representa a luz da inteligência que nos faz enxergar os problemas interiores e
os meios para enfrentá-los, e, por vezes corrigi-los ou vencê-los.
Irm.•. Lúcio Alberto Gomes
Bibiliografia
Cartilha do Companheiro
José Castelani e Raimundo Rodrigues – Editora Maçônica “A Trolha” Ltda.
Cartilha do Companheiro
José Castelani e Raimundo Rodrigues – Editora Maçônica “A Trolha” Ltda.
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