INSTRUÇÃO DE GRADU DE APRENDIZ MAÇON

Instrução de Grau de Aprendiz Maçom

Nota a respeito do número três:

            O número três é o número do aprendiz maçom, e o encontramos em toda parte, neste grau: nos princípios herméticos, nas três viagens, na bateria, na marcha, na idade e no toque, este numero é o primeiro da série sagrada e é por ele que é inaugurado o estudo da filosofia numeral, visto que o ternário é mais acessível que a unidade.

            O espirito fica admirado com todas os atributos que a razão, a imaginação e o sentimento deram a esse número venerado, tentarei passar revista para os irmãos pelo menos algumas observações do número três:

            A filosofia oculta ou metafísica compreende três mundos: O mundo elementar, o mundo celeste e o mundo intelectual, há no universo, o espaço, a matéria, e o movimento, já que não existe o vazio absoluto, não existe espaço sem corpo, e o espaço é eterno, imutável e infinito.

            Os atributos de Deus ou da natureza são a eternidade, a infinitude e a onipotência, a natureza divide em três reinos: Os minerais, os vegetais e os animais, toda matéria corpo, astro e mundo é dotada de três existências: A primeira, gasosa, a Segunda, fluida e a terceira sólida, o tempo tem por medida o passado, presente e o futuro, toda coisa corpórea ou espiritual tem um principio, meio e fim, que é o nascimento, existência e a morte, o homem é dotado de três forças intelectuais: A memória, o entendimento e a vontade, a moral depende da justiça dos homens, da sabedoria das leis e da pureza dos costumes.

            Platão divide as almas em três categorias: As puras, as curáveis e as incuráveis, daí o paraíso, o purgatório e o inferno, os corpos têm três dimensões: Comprimento, largura e a profundidade, há três espécies de arquitetura: A sagrada, a civil e a naval, os gregos conheciam três ordens de arquitetura: A dórica ,a jônica e a coríntia, a música distingue três sons: O agudo, grave e o médio ela tem três claves: a de sol, dó e de fá.

            A razão que vê e julga, a força que retém e modera, o conselho que esclarece e adverte, com esse tríplice recurso, diz  Pitágoras, o homem é virtuoso, vive em segurança sob o escudo da sabedoria e, assim, encontra a felicidade.

            Há três espécies de números: O inteiro, o fracionário e o composto, a numeração divide suas linhas por séries de três cifras, como resultado, ela tem: A soma, a diferença e o produto, a arte dramática submete cada poema à regra de uma tríplice unidade: de ação, de tempo e de lugar, nota-se em um poema: O inicio, a exposição e o desfecho.

            A mitologia dividia o governo do mundo entre três deuses Júpiter o rei do céu, Netuno o senhor do oceano e Plutão tirano dos infernos, o inferno morada das almas, tinha três divisões o Eliseu, o Limbo e o Tártaro.

            Cérbero, guardião do inferno, tinha três cabeças, esse emblema egípcio significava gritos da fossa, suas três cabeças lembram os três gritos lançados pelos assistentes no momento da inumação, substituídos, nos tempos modernos, pelos três punhados de terra lançados sobre o ataúde, ou pelas três aspersões com água benta.

            Contam-se três raças humanas: A raça caucasiana ou branca, a raça etiópica ou negra e a raça mongólica ou amarela, três fundadores das religiões: Moisés, Jesus e Maomé, são três os edifícios espirituais: O vedas, o evangelho e o corão, Jonas ficou durante três dias no seio de uma baleia, de onde sai vivo, três magos, Baltazar, Gaspar e Belchior, foram adorar o menino Deus e lhe deram três presentes: Ouro ( principio solar ), incenso ( principio terrestre) e a mirra ( principio aquoso).

             São Pedro renega por três vezes a seu Mestre, nem por isso deixa de receber as três chaves do paraíso, três discípulos enganam Jesus: Judas o trai, Pedro renega e Tomé duvida dele, três cruzes no calvário, três pregos prenderam Jesus a cruz, ele passou três dias no sepulcro, são três virtudes teológicas: A fé, a esperança e a caridade.

            Se nós quiséssemos poderíamos falar do numero três a noite toda e ficaria alguma coisa para a outra semana.

            Vou deixar uma pequena mensagem de um livro que estou lendo:

            Um místico  cabalista judeu do século Xlll foi abordado por um aprendiz que desejava aprender a arte da meditação, e seu Mestre lhe perguntou: Mestre -    Você esta numa condição de perfeito equilíbrio?

Aprendiz - Creio que sim, pois eu orei religiosamente e pratiquei boas ações!   

Mestre -    Quando alguém o insulta, você ainda se sente ofendido?

                 Quando é elogiado, seu coração expande-se de prazer?

            O pretendente a discípulo pensou por um momento e respondeu um tanto embaraçado:

Aprendiz – Sim, acho que me sinto ofendido quando sou insultado e orgulhoso quando elogiado.

Mestre -     Então vá e pratique o desprendimento da dor e do prazer mundano por mais alguns anos, depois volte e eu ensinarei a meditar.

  

                    

                     

                                     Geraldo Antunes de Oliveira

                        cim 197169   Belo Horizonte 10/07/2003