ESQUADRO E COMPASSO
Esses 2 (dois) instrumentos, que são legados pelos pedreiros
devem estar sempre ‘juntos e associados’.
O ‘Esquadro’, é responsável pelas linhas retas em
esquadria, com ângulos de 90º, tem a propriedade de auxiliar no traçado do ‘quadrado’,
porém, deve estar acompanhado do ‘Compasso’ que lhe alivia a
incumbência, pois segue o que é responsável pelos ‘círculos’.
O ‘Esquadro’ como Joia no Fitão ou no Avental do V∴, significa
a ‘retidão de propósitos’ que deve ter em observar a ‘inviolabilidade’
das Leis da L∴,
tanto quanto ‘no perfeito estabelecimento da equipe’, porque o ‘Esquadro’
retifica – ordena – e representa, sem dúvida, o ‘Bem ou a vontade do
Bem’.
A intenção de ser considerado o ‘Esquadro como Jóia do V∴, presume-se,
foi porque o V∴ tem
como atividade primordial a criação de M∴ P∴, como
sinal de retidão, e se constitui no ‘instrumento principal’ de promoção
da transformação da Pe∴ Br∴ em Pe∴ C∴ ou Po∴.
Com 2 (dois) ‘Esquadros’ forma-se o maior símbolo
cristão, isto é, a Cruz, enquanto na simbologia pitagórica o ‘Esquadro’ é
o signo dos ‘gnomos’.
Já o ‘Compasso’, criado para construir ‘círculos
perfeitos’, indica o centro – o raio – e o diâmetro desse círculo.
É possível vislumbrá-lo como sendo a ‘imagem dos
pensamentos’ nos diversos ‘círculos’ que percorre, e pelo ‘afastamento
ou aproximação de seus braços’ estar-se-ia diferenciando os diversos ‘modos
de raciocínio’, que de acordo com as circunstâncias, devem ser abundantes,
amplos, precisos, conclusivos, claros e persuasivos.
O ‘Compasso’, segundo Wirth, é o ‘símbolo do
relativo’, que lembra um ser humano com a cabeça e 2 (dois) braços que se
afastam à vontade, medindo o ‘domínio’ que este ser humano pode atingir, isto
é, o conhecimento ou o incognoscível.
Segundo alguns escritores, o ‘circulo centrado pelo ponto’ representa o Sol ou o Emblema Solar, assim, combina:
· ‘Círculo infinito e o ponto’ ao ‘símbolo do início de toda a manifestação’.
Ainda assim, o ‘Absoluto e o Relativo’ estão representados pelo ‘Compasso’, símbolo que é a figura:
· Da Dualidade – por seus Braços, e da União – pela Cabeça do ‘Compasso’.
O ‘Esquadro’ é um instrumento fixo, enquanto o
‘Compasso’ é móvel, por isso, pode-se inferir que em relação ao ‘Esquadro
passivo o Compasso é ativo’.
Dada a elasticidade de abertura de seus braços, que podem
atingir 90º ou mais, o ‘Compasso o símbolo do Espírito’, com poderes
sobre o ‘Esquadro que simboliza a Matéria’.
Por essa razão, é que a abertura de seus braços vai
aumentando de acordo com o ‘Grau maçônico atingido’, porém, devendo
chegar ao ‘máximo de 90º’, isto é, ‘a esquadria’.
Nas várias Sessões da L∴, o ‘Compasso e o Esquadro’ são colocados sobre o L∴ da L∴ aberto no A∴ dos Jur∴ de modos diferentes,
dependendo do Rito adotado pela Oficina, porém, no Grau de A∴ o ‘Esquadro’
sempre deve ser sobreposto ao ‘Compasso’.
Segundo Plantageneta, essa antiga tradição significa
que naquele Grau, o ‘Esquadro’ representando a ‘Matéria’,
cobre os 2 (dois) braços do ‘Compasso’ que simboliza o ‘Espírito’,
demonstrando que o Aprendiz só pode ser merecedor de atenção, pois não está em
condições de oferecer muito conhecimento, pois dele só é possível exigir-se ‘sinceridade
e confiança’.
Sendo o ‘Esquadro a representação da Matéria’, e o ‘Compasso do Espírito’, pode-se aferir que no 1º (primeiro) Grau de A∴:
· ‘A Matéria domina o Espírito’.
Conforme o Rito adotado pela L∴, por exemplo, no Adonhiramita, o ‘Compasso’ é
utilizado no Cerimonial de Iniciação ao 1º (primeiro) Grau, no momento em que é
pronunciado o Jr∴ que o
ligará à M∴, quando
o recipiendário apóia sobre o peito as pontas de um ‘Compasso’ seguro
pela mão esquerda.
Segundo o pesquisador e autor Rogan, quando o ‘Compasso’
é colocado sobre o peito nu – entendido como o ‘alojamento da
consciência’ -, deve lembrar ao profano que em sua vida passada, seus
objetivos e iniciativas nem sempre podem ter sido regrados por esse ‘símbolo
de exatidão’, e que, indiscutivelmente, a partir de sua Iniciação, deverá
sempre passar a dirigir seus ‘pensamentos e ações’.
Finalmente, o ‘Compasso’, representando o ‘Espírito’,
deve significar que acima do sentimento (do coração), convém colocar, não a
razão – seca e fria, mas antes o ‘Espírito Iniciático’ em toda sua
transcendência.
Em compêndio:
O Esquadro é o símbolo da retidão, exprime que o M∴ deve sujeitar todas as suas
ações a essa qualidade, constituindo a virtude que deve existir em todo homem
de bem. Simboliza, também, a equidade e justiça.
O Esquadro representa para o M∴ a retidão na sua conduta, na sua ação, sendo emblema da
perfeição de sua obra e de seu caráter. O Esquadro é retidão moral e virtude,
fixidez e estabilidade. É a retidão de juízos e honradez de propósitos. Não
deve ser passional, pois a retidão deve guiar os nossos juízos, enfim, é o
emblema da moralidade.
O Compasso é o emblema da Justiça com que devem ser medidos
os atos dos homens, ele indica a exatidão, a medida na pesquisa dos sentimentos
pelos quais devem pautar os atos de cada um à perfeição industrial, artística e
científica.
O Compasso é retidão, harmonia e compreensão da Lei e de uma
realidade superior. É a moderação dos nossos desejos, a compreensão e o
conhecimento da Verdade, estabelecendo as perfeitas relações com seus Irmãos e
com os demais homens.
A∴ M∴ HUGO MATEUS DE SOUZA CORDEIRO
A∴ R∴ L∴ S∴ CINCO DE JUNHO II – Nº 378
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAMINO, Rizzardo da. Simbolismo do Primeiro Grau: Aprendiz
– 9. ed. – São Paulo, 2022, Madras.
JUNIOR, Raymundo D´Elia. Maçonaria: 100 Instruções de
Aprendiz – 9. ed. – São Paulo, 2019, Madras.
GRANDE ORIENTE DO BRASIL. Ritual do 1º Grau: Aprendiz-Maçom
do Rito Brasileiro – São Paulo, 2009.
PEREIRA, Edil Eduardo. Grau 1 Da Maçonaria: Aprendiz Maçom – São Paulo, 2022, Madras.
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