A Abolição dos escravos
Uma
instituição tão velha quanto o mundo, o grande escritor Português Oliveira
Martins afirmou muito acertadamente que sem escravos nação alguma começou,
realmente, a instituição escravidão tem idade do mundo, quando o homem primitivo
estava na idade da caça, possamos dizer que todo aquele que vinha compartilhar
do seu território reduzia os seus meios de subsistência, o primeiro habitante
via o segundo como um inimigo cujo o extermínio considerava necessário.
Quando
esse mesmo homem primitivo sentiu necessidade de possuir gado para assegura-se
alimento nas estações do ano em que a caça se emigrava ou escasseava, quando
enfim se tornou pastor, compreendeu que poderia aproveitar na guarda dos
rebanhos, que aumentavam sempre, o inimigo vencido, para passar utilizar o seu
trabalho, havia nascido a escravidão.
Foi
com escravos que o Egito fez a sua agricultura e construiu os imponentes
monumentos de que todos já ouviram falar, na Grécia antiga os vencidos eram
invariavelmente reduzidos a condição de escravos, os Esparta chegaram a
escravizar cidades inteira, o grande Império Romano possui numerosos escravos
durante toda a sua existência.
Na
Espanha de 1501, eram muitos os escravos mouros, o grande escritor Miguel
Cervantes, autor de Dom Quixote, que é um dos livros clássicos da literatura
universal, que na Espanha daquela época existia escravos brancos, marcados a
ferro em brasa na face, em Veneza do século XV, rara era a família remediada
que não possuía escravos, geralmente adquiridos no Oriente, no Brasil os
escravos foram trazidos da África pelos Portugueses que não inventaram a
escravidão, no ano 1531 quando aqui apartou Martim Afonso de Souza para iniciar
verdadeiramente a tarefa de colonização do Brasil.
O
índio, que a principio foi escravizado, revelou-se desde logo verdadeira
negação para qualquer espécie de trabalho, metódico, difícil no aprendizado,
pouco resistente fora de seu ambiente e sempre rebelde, o africano era portanto
para o momento a solução viável, pois era mais forte e tinha muita resistência
física.
Até 1850, pelo menos
milhões, muitos milhões foram trazidos para o Brasil para trabalhar na lavoura,
na mineração e em outros serviços, eles pertenciam a três grupos culturais
denominados Sudanês, Guiano-Sudanêz e Banto, seus paises de origem eram a ilhas
de Cabo Verde, Costa de Guiné e especialmente São Tomé, Luanda e Moçambique, em
sua terras nativas viviam da agricultura
e criavam gado, sabiam trabalhar os metais principalmente o ferro,
confeccionavam potes e panelas de barro, estavam sujeito a chefes ou sobas,
algumas tribos como a dos Jagas, praticavam o canibalismo, como informa um
documento datado de 1617 que se encontra hoje no Arquivo Histórico Colonial de
Lisboa, catalogado como codíco de nº. 39, eram aos Sobas que os traficantes, e
os mercadores de escravos recorriam, propondo-lhes a compra de homens e
mulheres, compra essa não com dinheiro, pois dinheiro para eles não valia nada,
e sim com quinquilharias, uma vez combinado o negocio, os Sobas mandavam os
guerreiros agarrarem a força homens e
mulheres e conduzi-los as praias aonde os navios os esperavam era assim que
começava o martírio dos negros, pois muitos não chegavam vivos no Brasil,
talvez seja a parte mais triste de nossa historia, isso não aconteceu em outro
planeta e nem a cinco mil anos como no Egito e sim no Brasil.
Todo esse drama, toda
essa miséria acontecia porque o escravo era uma mercadoria preciosa, um artigo
de muita procura vendido a bom preço no Brasil, o europeu, em numero reduzido,
era insuficiente para plantio e manuseio da cana, do fabrico do açúcar, da
plantação do fumo, nossas primeiras riquezas, como mais tarde foram no garimpo
do ouro e na busca de diamantes, sem escravo, o estado de Pernambuco não
poderia possuir, já em 1576, apenas setenta e seis anos após o descobrimento do
Brasil, nada menos de 50 engenhos e uma exportação anual de 70, 000 (setenta
mil) arrobas de açúcar, números esses que aumentaram ano a ano, fazendo a
riqueza dos colonos e de Portugal, porque o açúcar era então um artigo de custo
muito elevado, e de grande procura na Europa, sem escravo o Brasil não teria
existido, sem o braço do negro que construiu a prosperidade da época, sem o escravo não teria também o povoamento do
sertão e como não seria possível povoar o emerso pais que Cabral descobriu.
Era comum naquela época
nas escolas e nas igrejas ensinarem aos alunos e ao povo em geral que os negros
não tinham alma, e afirmava, portanto que a raça negra não era humana
constituía em seres da natureza, são destinados, por Deus, a viver nas selvas,
ou então nos trabalhos pesados, como fazem os cavalos, os jumentos e os bois, e,
no entanto, este conceito, por mais delirante, absurdos e irracionais que hoje
nos pareçam, foi conceito oficial da nobreza e do clero com relação aos
escravos que eram trazidos e viviam no Brasil.
A libertação dos
escravos começou no século XVlll com o inicio da luta contra o trafico de
escravo, através principalmente dos esforços da Inglaterra e a palavra igreja
na Europa, embora a igreja da Europa orientava contra o comercio de escravos,
mantinha os seus próprios escravos, Nicolas V, que ocupou o papado de
Somente em 1741, o papa
Bento XlV publicou uma bula onde reprovava toda e qualquer forma de escravidão,
na mesma época nos Estados Unidos, uma seita cristã fundada na Inglaterra já
pregava abertamente contra a escravidão, mas a luta estava longe de terminar,
nos Estados Unidos embora a constituição de 1787 determinava que o trafico
deveria cessar, o contrabando continuou ativo, 1808 uma lamentável
desumanidade, com as dificuldades de transporte de Africanos foram criados
verdadeiros haras humanos, destinados a reprodução de escravos, foi a época dos
reprodutores escravos selecionados para fertilizar diversas mulheres, em
conseqüência a diminuição do trafico.
Geraldo Antunes de
oliveira
Cim 197169 Maio de 2007
Comentários
Postar um comentário